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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Ajudar

Ajudar não é impor. É amparar substancialmente, sem pruridos de personalismo, para que o beneficiado cresça, se ilumine e seja feliz por si mesmo.
André Luiz


Paulo de Tarso nos fala do amor de forma sublime na primeira carta aos coríntios. No referido texto, o amor é apresentado como um posicionamento ativo em relação ao outro que elimina as prerrogativas pessoais em favor daquele a quem nos direcionamos. Este posicionamento ativo, traduzido por alguns como caridade ou amor em movimento, parece ser o cerne da idéia trazida por André Luiz na citação estudada.


Abrir mão dos personalismos e agir em relação ao outro de forma a permitir-lhe que se construa e seja feliz é uma das máximas propostas pela doutrina espírita e talvez seja a maior exemplificação de respeito ao livre-arbítrio, a liberdade a que todos nós temos acesso como ferramenta de aprendizado a cerca de nós mesmos, do outro e de Deus.


Neste sentido, torna-se imperioso questionarmos por que ajudamos. Reconhecer as fraquezas e deficiências de nossos pares e as nossas próprias é um passo muito importante para que nossas relações com a sociedade possam ser mais saudáveis.


Nutrirmos sentimentos fraternos e solidários por aqueles que possuem fraquezas é parte de nosso processo de reconhecimento do outro e passo precioso no reconhecimento de nós mesmos como filhos de Deus, como nos sugere Jesus ao enaltecer o ensinamento de amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo como sendo o resumo de toda a lei divina.


André Luiz nos sugere, entretanto, que é importante refletirmos sobre a forma como temos ajudado ao outro. É necessário que, além de reconhecermo-nos em nossas fraquezas e de mobilizarmo-nos em ações de apoio mútuo, reflitamos sobre o objetivo a ser atingido por cada um de nós individual e coletivamente através das vivências às quais estamos submetidos.


O livro dos Espíritos e O Evangelho Segundo o Espiritismo, obras de Allan Kardec, nos ensinam que todos nós somos espíritos imortais destinados à felicidade e que contamos com o apoio das encarnações, mergulhos em ambientes especializados de aprendizado, para desenvolvermos o conhecimento a cerca de nós mesmos e de nosso papel na criação.


Desta forma, ajudar ao outro não se caracteriza apenas como uma ação de apoio material, o que está em jogo é a ampliação da capacidade do outro de agir segundo seu próprio juízo, responsabilizando-se por seus próprios pensamentos, sentimentos e atos segundo a ótica espiritual; e só conseguimos agir desta forma no momento em que nos descobrimos como espíritos imortais, criaturas de uma potência soberanamente boa e justa que nos destina a atingir a felicidade através de nossos próprios esforços. Este movimento de descoberta é que nos leva a desabrochar o potencial que existe em nós e nos liberta para sermos autênticos em nossas intervenções no universo, assumindo assim a premissa proposta de que somos Deuses (“Vós sois deuses”, “Eu e o Pai somo um”; Jesus).


Apoiar aquele que, como nós, se encontra em processo de ampliação das capacidades espirituais também não pode ser visto como a conformação do outro aos nossos modelos de crenças e valores, até porque estes também estão sujeitos a ajustes por serem fruto de visões parciais que construímos do mundo a partir do que já conseguimos perceber.


Agir de forma caridosa, do latim caritas (amor), de carus (caro, de alto valor, digno de apreço, de amor), torna-se, desta forma, agir cuidadosamente para que o outro possa desabrochar, despertar suas potencialidades e desenvolvê-las ao máximo segundo a verdade divina e não segundo a nossa verdade, ainda tão chamuscada pelas imperfeições e pela miopia espiritual característica de nosso estágio evolutivo.


O próprio Cristo nos ensina que é necessário que batamos às portas para que elas se abram. Não é possível que evoluamos pelo outro. O processo de desenvolvimento das potencialidades espirituais é individual, embora ocorra simultaneamente com todos os espíritos para que possamos usufruir, através da convivência em sociedade, dos benefícios de estarmos juntos podendo trocar conhecimentos e nos apoiando mutuamente nas questões em que temos dificuldades.


Ser caridoso, ajudar, amparar, socorrer, é dar recursos de forma ampla para que o outro possa perceber-se em suas limitações, sentir-se amparado na jornada de crescimento e fortalecido a continuar tentando, apesar das dificuldades encontradas.


É necessário fazermos nossas próprias perguntas para que, através da busca das respostas, sejamos capazes de apreender a realidade espiritual, de reconhecermos nossos limites e de agirmos conscientemente.


É sábio buscarmos nossas próprias respostas através das respostas oferecidas pelos companheiros que estão à nossa volta, mas é muito importante que a descoberta seja nossa. Só assim conseguiremos atingir o estágio de alteridade ao qual estamos destinados e do qual a nossa felicidade depende.


Devemos, desta forma, buscar respeitar sempre o momento de cada um. Precisamos ajudar, apoiar, amparar, mas não substituir a capacidade de discernimento do outro. Por esta ótica, a caridade assume um caráter de combate às nossas manifestações de orgulho e egoísmo, caracterizando-se como saudável medicamento e catalisador de nossa própria transformação.

Referências
    Referências
  • Kardec, Allan; O evangelho segundo o espiritismo.
  • Kardec, Allan; O livro dos espíritos.
  • Kardec, Allan; O céu e o inferno.
  • Denis, Léon; O grande enigma.
  • Denis, Léon; O problema do ser do destino e da dor.
  • Caridade: amor em ação; Redação do Momento Espírita; http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=1633&let=&stat=0
  • Gregório, Sérgio Biagi; Caridade; http://www.sergiobiagigregorio.com.br/palestra/caridade.htm



Este artigo faz parte do projeto Reflexão Diária que iniciou-se em 05/01/2011 a partir de um presente que ganhei em 2010, uma caixinha cheia de citações (veja o artigo "O importante não é a etiqueta" para mais detalhes)
Você poderá acompanhar todas as citações e reflexões publicadas no WebEspiritismo usando o Marcador “Reflexão diária”. A lista de Marcadores usados está disponível na coluna lateral do blog sob o título “Marcadores”

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Necessidades

O que estamos vivendo hoje é o produto de nossas escolhas, decisões e, portanto, é responsabilidade só nossa. Quando aceitarmos essa afirmação, teremos condições de discernir os limites de nossas necessidades e a dos outros.
Hammed

Aprendemos com Allan Kardec em O livro dos espíritos que existem três elementos na criação: Deus, o princípio inteligente e o princípio material. Aprendemos ainda que Deus é a potência criadora, de onde tudo teve origem e sobre o qual não conseguimos ter uma visão absoluta, embora saibamos tratar-se de potência soberanamente boa e justa que ordena toda a criação destinando-a a um estado de plenitude.

O princípio inteligente, a origem de todos os Espíritos, é a parte inteligente da criação. Está submetido à lei divina e destinado à plenitude. É dotado da liberdade de escolha, ou livre-arbítrio, característica que lhe possibilita atingir a felicidade segundo seus próprios esforços.

André Luiz no livro Evolução em dois mundos propõe que a co-criação na obra de Deus é função dos espíritos e que esta é possibilitada por nossas capacidades de discernimento, de sensibilidade e de razão; ou seja, vivermos integrados ao universo, manifestar-mo-nos através do coletivo, criarmos o belo, amar-mo-nos são funções importantes para todos nós, espíritos imortais.

Segundo a doutrina espírita, todos os espíritos são criados e recebem um papel a ser desempenhado no universo, o dever moral; e devem, para cumpri-lo de forma adequada, conscientizar-se sobre sua origem, seu destino e sobre o funcionamento da lei divina ou natural. A esta jornada de conscientização podemos dar o nome de progresso ou evolução.

O terceiro e último elemento, o princípio material, também subordinado à lei natural, trata-se de elemento inerte através do qual o princípio inteligente se manifesta. É a matéria-prima do campo de ação em que realizamos nossos aprendizados dando corpo a nossos pensamentos, sentimentos e ações. Compõe o meio de relação que oferece as condições adequadas para cada uma das manifestações espirituais; podendo ser visto então como uma ferramenta para o princípio inteligente cumprir sua destinação.

No início a relação entre o princípio inteligente e o princípio material é muito restritiva tornando-se cada vez mais ampla à medida que o espírito progride e o entendimento espiritual se amplia.

Atuamos nas camadas mais densas da matéria através das quais conseguimos perceber as regras de funcionamento do universo e desenvolvemos nossas capacidades morais apreendendo a regra universal de união fraterna, a lei de amor, que reúne a tudo e todos.

Conforme nos capacitamos como engenheiros divinos, ampliamos nossa condição de transformar a matéria e passamos a agir em graus cada vez mais sutis, sendo capazes de atingir espaços cada vez maiores e interferirmos conscientemente no universo criando campos através dos quais companheiros menos desenvolvidos podem realizar suas jornadas de progresso.

Desta forma o espiritismo propõe que a relação direta com a matéria densa é uma fase transitória a que todos os espíritos estão sujeitos como estágio obrigatório de aprendizado; devendo ser superada à medida que aprendemos sobre a lei natural e nos conscientizamos de nossa potencialidade espiritual.

Outra consequência contundente que a doutrina espírita nos propõe é a necessidade de nos movermos de forma solidária na vida, buscando criar e manter campos de ação que possibilitem o bem-estar e o aprendizado do amor para todos os envolvidos.

Atender às necessidades corporais torna-se então um desafio transitório, conseqüência de estarmos nos relacionando em campo de matéria densa e de precisarmos mobilizar recursos para nos mantermos encarnados em resposta ao instinto de conservação. É preciso, entretanto, questionar a cerca dos aprendizados espirituais propostos através da vida de relação no mundo material, uma vez que o objetivo principal da vida é a moralização do espírito.

O universo responde a nossos sentimentos, pensamentos e ações de forma a nos conduzir a estágios de maior consciência moral e à medida que não optamos pelos caminhos propostos pelo criador, retardamos a nossa caminhada aumentando o grau de sofrimento moral, conforme proposto por Léon Denis em O grande enigma.

Desta forma, através da citação estudada, Hammed nos alerta sobre o mecanismo pedagógico da lei divina que nos responde à medida de nossas ações para nos conduzir à conscientização e nos convida a revermos nossos modelos de atuação em sociedade.

Buscar o atendimento de nossas necessidades reais e evitar os excessos materiais configura-se como exercício de descoberta de nós mesmos e do outro sendo, assim, uma forma de caridade. Conforme deixamos espaço para que o outro também possa realizar seus exercícios de aprendizado através do atendimento de suas necessidades, descobrimos as lei de solidariedade que liga a todos nós e nos destina à plenitude espiritual.

Referências
  • Kardec, Allan; O evangelho segundo o espiritismo.
  • Kardec, Allan; O livro dos espíritos.
  • Denis, Léon; O grande enigma.
  • Xavier, Francisco Cândido; Evolução em dois mundos.


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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Tua escolha

Teu destino está constantemente sob teu controle. Tu escolhes, recolhes, eleges, atrais, buscas, expulsas, modificas tudo aquilo que te rodeia a existência. Teus pensamentos e vontades são a chave de teus atos e atitudes.
Hammed

A doutrina espírita nos oferece entendimento libertador ao anunciar que nossas vidas são regidas por nós mesmos. Temos a liberdade de escolha, o livre arbítrio, para direcionarmos nossas ações, sentimentos e pensamentos no ritmo que desejarmos.

Importante pontuar ainda que todos nós, segundo os espíritos em O livro dos espíritos, seguimos rumo ao mesmo destino; o de atingirmos um estado de consciência amplo a cerca de nossa realidade espiritual assumindo, desta forma, o papel de co-criadores na obra divina. Constantemente nos referimos a este destino como sendo o estado de felicidade a que todos nós, espíritos imortais, aspiramos.

Assim, somos conduzidos através das conseqüências de nossas ações a optarmos conscientemente pelo bem, pela integração à força criadora que rege nossa existência. Temos liberdade para definirmos a forma como agimos e organizamos à nossa volta o ambiente adequado para percebermos se fizemos as opções corretas ou não. A vida nos responde apresentando situações de gozo ou de dor para nortearmos nossas escolhas.

De acordo com o Evangelho Segundo o Espiritismo, chegará o momento de nosso processo de aprendizado a cerca das leis de Deus em que não teremos mais dificuldades em escolher, mas, por hora, ainda nos encontramos nos dilemas do certo e do errado, da felicidade e da dor, da noite e do dia, da riqueza e da pobreza, da saúde e da doença.

Quando Hammed nos lembra do controle que temos sob nossas vidas e nos apresenta o ambiente que nos rodeia como uma conseqüência da nossa vontade, está, na verdade, nos recordando sobre a necessidade de melhor administrarmos a matriz criadora que se encontra em nossas mãos para produzirmos condições de maior felicidade para nós mesmos.

A partir dos pensamentos que nutrimos e da vontade que aplicamos no dia-a-dia, somos capazes de moldar nossas realidades e, consequentemente, de vivermos de forma mais ou menos feliz.

Compreender conscientemente as premissas da ética, pensar e agir de acordo com o pensamento universal, buscando sempre o melhor para o espírito, transformar os sentimentos de orgulho e egoísmo em impulsos de trabalho pela coletividade e por nós mesmos é o caminho apontado pelos espíritos para construirmos uma sociedade mais equilibrada em que os que nela se encontram não sofram.

A sociedade é uma conseqüência direta de nossos atos e estes são definidos a partir dos valores espirituais que construímos ao longo de várias existências.

Termos atenção quanto ao que sentimos e pensamos é um caminho seguro para transformarmos valores e construirmos o belo a partir do ponto em que nos encontramos.

Que possamos assumir de forma cada vez mais consciente e eficiente o papel a que estamos destinados de construtores e mantenedores das belezas que compõe o universo.

Empreguemos nossos pensamentos na construção de riquezas espirituais que se manifestarão através da matéria em ambientes harmonizados e equilibrados. Campos seguros para a constante jornada de aprendizado coletivo a que estamos sujeitos.

Referências
  • Kardec, Allan; O evangelho segundo o espiritismo.
  • Kardec, Allan; O livro dos espíritos.
  • Xavier, Francisco Cândido; A caminho da Luz.
  • Xavier, Francisco Cândido; Evolução em dois mundos.
  • Denis, Léon; O progresso.
  • Aguarod, Angel; Grandes e pequenos problemas.


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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Dor e aprendizado

Não é a intensidade da dor que educa, e sim o esforço de aprender a amenizá-la.
Ermance Dufaux

A doutrina espírita, codificada por Allan Kardec, nos propõe que somos espíritos imortais, criados por um deus bom e justo, e que estamos destinados a um cenário de felicidade que só será atingido através de nossos próprios esforços de aprendizado a cerca de nós mesmos, de nossa origem e destinação.
 
Jesus Cristo nos propôs algo semelhante quando nos fala sobre a esperança na vida futura e sobre a necessidade de cultivarmos, desde já, a capacidade de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos através de nossas ações, pensamentos e sentimentos.
 
Léon Denis nos propõe de forma direta em suas obras, em especial em O grande Enigma, que todos nós, espíritos encarnados e desencarnados, estamos inseridos em um plano de promoção espiritual através do qual nos desenvolvemos, nos descobrimos e, consequentemente, nos tornamos felizes.
 
Emmanuel propõe que nos encontramos em um processo de auto-educação através das encarnações em que estamos construindo, a partir da inteligência, a idéia de humanidade para, em seguida, desenvolvermos a idéia de angelitude.
 
André Luiz, em suas narrativas de além-túmulo nos propõe uma reflexão sobre os efeitos de nossos sentimentos, pensamentos e ações e convida-nos a mudanças de atitudes a fim de ampliarmos nossa visão espiritual e, consequentemente, ampliarmos nosso estado de felicidade.
 
O próprio Allan Kardec nos propõe um caminho de auto-aperfeiçoamento quando nos diz que o caracter distintivo para reconhecermos o verdadeiro espírita é o esforço que o indivíduo realiza para tornar-se um sujeito melhor.
 
A doutrina espírita nos convida e pensarmos nossas posições no mundo sob a ótica daquele que está estudando para atingir uma posição de maior equilíbrio na vida e, consequentemente, de maior felicidade.  

Torna-se então vital para todos os que abraçaram o modelo de pensamento espírita considerar que somos seres que ainda ignoram diversos fatos e que, desta forma, muito esforço ainda será necessário de nossa parte para que sejamos capazes de vivenciar a tão desejada felicidade.

Outra conseqüência direta deste raciocínio é o fato de que, por não sabermos o suficiente sobre nós mesmos e de não estarmos plenamente conscientes das leis naturais que regem nossas vidas, perceberemos constantemente aguilhões que nos impulsionam à reflexão, à meditação e às escolhas alinhadas com os propósitos do bem. A estes aguilhões podemos dar o nome de dor, instrumentos educativos que indicam escolhas equivocadas e sentimentos inadequados que necessitam de revisão por nossa parte.

Ermance Dufaux resgata esta idéia quando nos propõe a dor como instrumento pedagógico. Lembra-nos que a dor é uma conseqüência natural de nosso desconhecimento, de nossa imperfeição, que se manifesta através de nossos sentimentos, pensamentos e ações e que requer revisão urgente.

Desta forma, a dor não se trata de um mecanismo de punição, mas de sinalização para algo que requer a nossa atenção. Naturalmente, a sinalização não necessitará ser muito intensa, desde que estejamos atentos e busquemos rapidamente o aprendizado necessário.

À medida que acolhemos as dores que nos atingem, buscamos identificar suas causas e agimos na modificação dos padrões de sentimentos, pensamentos e ações que nos causaram a necessidade de sinalização, a dor deixa de ser necessária e desaparece.

Desta forma, Ermance Dufaux nos propõe uma atitude de sabedoria quando nos fala da dor e da atitude de transformação. Podemos evitar dores intensas, desde que rapidamente nos empenhemos em diagnosticar as causas e atuemos na eliminação dos padrões inadequados.

Referências
  • Kardec, Allan; O evangelho segundo o espiritismo.
  • Kardec, Allan; O livro dos espíritos.
  • Kardec, Allan; O céu e o inferno.
  • Denis, Léon; O progresso.
  • Denis, Léon; O grande enigma.
  • Xavier, Francisco Cândido; Nosso Lar.
  • Xavier, Francisco Cândido; Fonte Viva.

Licença Creative Commons
Dor e aprendizado de C. Guilherme Fraenkel é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Compartilhamento pela mesma licença 3.0 Brasil.
Permissões além do escopo desta licença podem estar disponíveis em http://www.guilherme.fraenkel.nom.br/?page_id=10.

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quinta-feira, 1 de março de 2012

eu e você

estava triste e me perguntas-te porque.

muitos problemas. Respondi com pesar

levanta-te e busca as soluções que te ajudo. respondes-te sem titubear.

ergui-me e voltei para o mundo

de lá para cá tenho desvendado a vida buscando soluções e nunca mais te reencontrei

hoje já nem me importo se não te vejo.

os problemas ficaram pequeninos como desafios daquele que aprende com apoio de bons professores

Sinto que em breve nos veremos novamente pois teu amor, de alguma forma, reside em mim.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

XII SEMINÁRIO sobre doutrina espírita da casa de Emmanuel

         A CASA DE EMMANUEL REINICIA A JORNADA DE SEUS SEMINÁRIOS                   

                                        ANO 2012 - ESPERANÇA & SUPERAÇÃO

       XII Seminário será sobre o Livro "MISSIONÁRIOS DA LUZ" de André Luiz

      Data: 26 de fevereiro/2012 (no próximo domingo)
     Horário: das 15h às 18he30min
     Local: Colégio Pinheiro Guimarães
                Rua Silveira Martins, 151 - Catete
     Expositora Luciana Ignachiti Barbosa (Juiz de Fora/MG)

Tópicos a serem abordados:
- apresentação do Livro
- o objetivo (ou os objetivos)
- programação da existência terrena
- descrição da sublimidade da reencarnação de um Espírito, a partir da fecundação humana.
- a necessidade e importãncia dos valores morais e éticos diante da grandiosidade Divina.

Convite ao crescimento

Não te esqueças. A oportunidade passa, mas a luta volta sempre.
Emmanuel

Allan Kardec em sua obra O Livro dos Espíritos sugere que todos nós, espíritos imortais, fomos criados com o mesmo grau de discernimento, com a mesma destinação e que contamos com o amor do criador a nos conduzir para este destino em um movimento de profundo respeito à nossa capacidade e discernimento.

Na doutrina espírita aprendemos que estamos em um movimento contínuo de desenvolvimento espiritual que acontece ao longo de nossa história imortal dando-se hora no mundo material e hora no mundo espiritual, ou seja, estamos sempre envolvidos em algum tipo de aprendizado com vistas a ampliarmos a nossa visão espiritual.

A partir da fala de Emmanuel, vejo uma oportunidade como um momento organizado pela vida para que sejamos capazes de apreender alguma parcela importante da lei divina. Um momento de nossas vidas que pode ser bem ou mal aproveitado por nós e que sempre trará conseqüências que nos ajudarão a avaliar as escolhas feitas.

A luta pode ser vista como esforço contínuo que necessitamos realizar para realmente apreendermos o que é necessário para nos percebermos como filhos de Deus, ou seja, como espíritos imortais portadores do livre arbítrio e merecedores de todos os recursos para a construção da felicidade.

Vejo a luta como um estado de busca que é definido a partir de nossas necessidades espirituais e que gera oportunidades de crescimento que sempre são aproveitadas por nós.

Neste ponto me encontro com a parábola dos talentos, conto de Jesus em que um senhor distribui seus bens de forma desigual entre seus servos e vai viajar. Ao retornar o senhor cobra os recursos dados e aquele que menos recebeu foi o que mais temeu e que escondeu o dinheiro para não perdê-lo enquanto os outros investiram e dobraram a quantidade.

Na história narrada o senhor castiga o servo que nada produziu tirando-lhe o pouco que tinha e condenando-o ao sofrimento enquanto premia os outros que souberam fazer os recursos multiplicarem-se.

Fico pensando se não temos nos portado como o servo que, temendo a ira do senhor, enterrou seus talentos ao invés de investi-los.

Será que ainda não estamos sendo capazes de perceber que o desejo do senhor é que aprendamos a multiplicar os bens ao invés de mantê-los como estão?

Será que ainda não conseguimos perceber que a única forma de nos desenvolvermos espiritualmente é empenhando nossos esforços sempre com vistas a transformar a nossa realidade em algo melhor?

Manter ou transformar? Conservar ou multiplicar? Esquivar-se ou atrever-se?

Oportunidades teremos sempre pois o amor de Deus por nós é infinito e sempre nos concederá chances para que possamos nos desenvolver na direção a que estamos destinados, a da felicidade.

Resta-nos questionar por quanto tempo desejamos continuar nas mesmas lutas...


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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

ser do novo milênio

Educar as emoções é a nossa meta; esquecer os que nos ofendem é o nosso dever; trabalhar em prol da Humanidade é a nossa linha de conduta. E o amor é a nossa maior aspiração de vida.
Miramez

Recentemente consegui reconhecer que não faço a menor ideia do que significa a palavra amor e que, consequentemente, muitos de meus conceitos precisam ser pensados com muita atenção.
Quando observo o comportamento de nossa sociedade e, muitas vezes, o meu próprio comportamento; questiono se realmente percebo a educação dos sentimentos como meta, o perdão das ofensas como dever e a dedicação à humanidade como linha de conduta para atingir o amor pleno.

Tenho visto tanta tristeza, dor, sofrimento e dificuldades para convivermos uns com os outros no dia-a-dia que, por vezes, me perco e começo a entrar em um estágio de desesperança. Como se me conformasse com a impossibilidade da felicidade e da plenitude. Talvez por causa disso ainda precise tanto de um planeta em que os extremos apresentam-se de forma tão marcante levando-me a refletir constantemente sobre a necessidade de fazer as escolhas corretas.

Na realidade o que quero mesmo é ser feliz, ser respeitado, não sofrer limitações em minhas ações e viver plenamente junto com aqueles que amo. Acho que todos nós queremos isso; uma vida de paz e tranqüilidade em que estamos sempre de bem com a vida.

É nestas horas que me lembro dos ensinamentos deixados por todos os grandes religiosos de nossa história planetária e das impressões que carrego dentro de mim mesmo que me dizem que a vida não pode ser somente isso. Um planeta belo, mas cheio de desafios a serem superados durante umas dezenas de anos.

Jesus Cristo nos propôs uma idéia diferente. Sugeriu que apostássemos as nossas fichas, ou seja, que dedicássemos os nossos esforços e marcássemos as nossas metas, em uma vida além desta a que estamos acostumados. Ensinou-nos que precisamos desta vida, que deve ser bem vivida, mas sugeriu que só faz sentido se todo o esforço aqui realizado for em favor da vida futura, que a doutrina espírita sugere ser a vida espiritual. Um outro reino, menos material, em que o que realmente conta são os valores morais conquistados.

Neste espaço mais amplo de existência, que considera a realidade espiritual como sendo a principal para todas as criaturas e que sugere que as vivências materiais cumprem um papel muito importante no processo educativo do espírito, que deve buscar educar-se, preparar-se para a felicidade, conseguimos significar todas as dificuldades e desafios vividos, além de percebermos melhor as recomendações deixadas por Miramez.

Educar as emoções, perdoar as ofensas e servir ao coletivo passam a ser caminhos de integração com a realidade divina, percebida em parte por cada um de nós de uma forma muito especial e particular; Caminhos para atingirmos este estágio superior em que o amor é a plenitude dos sentimentos, desenvolvidos a partir dos instintos, das sensações.

Procurar perceber a vida de forma mais ampla, espiritual, significa cultivarmos em nosso dia-a-dia ações, pensamentos e sentimentos que nos levem a um estágio de felicidade e plenitude mais confortável, mais humano e menos material.

Exercitar a tolerância, ser benevolente, indulgente e mais apto a perdoar são receitas frequentemente sugeridas pelos espíritos moralmente superiores para que possamos construir nossa tão sonhada felicidade.

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sábado, 18 de fevereiro de 2012

Aprender dialogando

Terminei de ler “Espiritismo e religiões – por uma teologia pluralista”, do André Andrade Pereira, e recomendo a leitura. Espíritas e não espíritas, todos nós, deveríamos ler e refletir sobre o convite feito pelo autor.


Uma reflexão sobre a visão plural, sobre a convivência com o diferente e de aprendizado da arte de dialogar como caminho para a construção da felicidade planetária.


Como nos diz o André, estamos precisando muito estabelecer canais de diálogo com as diferentes linhas de pensamento se desejamos revolucionar nossa sociedade ainda neste século.


Vejam o que nos diz:

O século XXI abre o terceiro milênio com uma imensa esperança de entendimento e paz entre os povos, de  despertar de corações e mentes para a promoção da vida e da dignidade do ser humano, podendo se tornar oremos o fim da fome, das guerras, dos preconceitos e da destruição inconseqüente da natureza. Estudiosos apontam  que este será o século da sensibilidade e da arte, o que  permitirá o desenvolvimento do sentimento humano,da intuição, abrindo a possibilidade de se alcançar um novo patamar de hominização.

Nunca antes na história, o homem dispôs de condições técnicas que lhe permitissem o intenso fluxo de comunicações, trocas materiais e espirituais entre todos os lugares do globo, de tal forma a dar a impressão de estarmos todos vivendo em um só tempo, em um só espaço e numa mesma lógica de sobrevivência e interdependência. O homem, cada vez mais, percebe a Terra como a casa comum de todos, e já começa a despertar para a necessidade de preservar as fontes de vida, e as fontes de riquezas culturais e espirituais desenvolvidas, ao longo dos séculos, pelos diferentes povos.


Estão sendo dados os primeiros passos do projeto de humanidade, vista agora como uma só família sobre a Terra, e são infinitas as possibilidades de configuração social, política, econômica, cultural e espiritual desta verdadeira oikoumene.  A consciência de que todos partilhamos um destino comum, nesse pequeno planeta azul em viagem pelo espaço, abre novos horizontes e novas exigências éticas para a vida social. O desafio que se apresenta é o da paz, da compreensão, da preservação da vida, da justiça e da realização dos projetos de vida de todos e de cada um.


A construção de uma convivência pacífica, da aceitação e respeito universal aos direitos humanos, e da preservação da vida do planeta, no entanto, dependerá de algo muito mais do que das possibilidades abertas pela tecnologia e pelas conquistas do conhecimento científico. Para alcançar o horizonte de realização acalentado nos sonhos de tantos lutadores e missionários dos séculos anteriores, será preciso o aprendizado da arte de dialogar, de compreender e, sobretudo, de amar.

Espiritismo e religiões – por uma teologia pluralista
André Andrade Pereira
Editora Comenius

Fator integrador

O fator que interliga os indivíduos, a sociedade e a natureza está em falta no sistema educacional de hoje. Esse fator são os valores espirituais.
Amma
Mensagem do dia 18/02/2012 na Livraria Omnisciência - http://www.omnisciencia.com.br

Escuridão interior?

A escuridão não é algo que possamos remover, mas quando trazemos luz para nosso interior, ela automaticamente desaparece.
Amma
pensamento do dia 16/02/2012 na Livraria Omnisciência http://www.omnisciencia.com.br

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Acreditar

Ontem tive a oportunidade de entrar em contato com preciosa reflexão sobre os dogmas religiosos. Um verdadeiro banquete oferecido na casa de Emmanuel e orquestrado no plano material pelo André Andrade, que iniciou a fala com a citação que transcrevo a seguir.


Temos muito a pensar sobre o nosso grau de maturidade espiritual. 
Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque está escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o.
Sindarta Gautama

Saí do estudo refletindo sobre a forma como tenho me posicionado na vida e em específico na prática religiosa. Será que temos buscado a libertação?

Eis o que é Jesus! Mediador e não redentor, porque a ideia de redenção não suporta exame. É contrária a justiça divina e a ordem majestosa do universo. Entre os mundos que rolam no espaço, a Terra não é o único lugar de dor. Outras estâncias há de sofrimento, em que almas, cativas da matéria, aprendem, como aqui, a dominar seus vícios e adquirir qualidades que lhes permitirão o acesso a mundos mais felizes.
Léon Denis

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Encarnados e desencarnados caminhando lado a lado


A comunicabilidade entre encarnados e desencarnados é uma realidade amplamente abordada no meio espírita, temos diversos relatos publicados em livros trazidos por médiuns ostensivos com diversas capacidades (vidência, audiência, psicografia, etc). 

Vez por outra me lembro dos ensinamentos contidos nas obras do mestre Allan Kardec, codificador das obras básicas que caracterizam a doutrina espírita, esta foi uma delas

http://educadordealmas.blogspot.com/2010/06/mae-falecida-ajuda-filho-que-mora-na.html